quinta-feira, 30 de julho de 2009
Gold for the price of silver
Quarta-feira.
Seis da tarde.
Entro num mundo calmo, suave, que me transporta ao pôr-do-sol de uma qualquer praia, de um qualquer sítio, onde me senti (sinto) bem. Perfume exótico no ar que entra e permanece em mim, quase uma brisa quente, envolvente, poderosa, suave.
O meu corpo deitado, nu, vulnerável, tenso, a mente ocupada com mil e uma e duas coisas e coisinhas a fazer...
Mãos quentes invadem-me, percorrem a minha pele, atingem a carne que se revolta antes de se deixar ir num arrepio quente, a mente liberta-se e não pensa, ou apenas no aqui e agora, nas carícias e cócegas que o corpo, antes tenso, recebe.
Mãos, apenas mãos me tocam, escorregam em mim, levam-me a flutuar num mar relaxante e quase orgásmico no qual apetece ficar. Definitivamente, indefinidamente.
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Estória com final aberto após tão prometedor e lírico início? Criminoso, quase...
ResponderEliminarquarta feira
ResponderEliminar5:55
o calor do sol descia em suaves vagas ao sabor do vento e envolvia toda a praia, este puequeno paraiso intemporal que existe num qualquer momento e num qualquer lugar, que ressoa com a força de um encontro com a felicidade.
Meio adormecido e impulsionado por um desejo inconsciente de mitigar o calor, submergi no olhar azul do mar, quebrei, ondulando, o espelho perfeito do sol, velejei ao sabor da maré, apenas para emergir agora e descobrir que era na praia que estava o elixir para aplacar a sede e o calor. Mas ela parece preocupada, embrenhada em pensamentos longínquos e memórias agridoces. O sol não pode atravessar a sombra do passado, por isso preciso trazê-la para o presente, dar-lhe um momento, ao menos um instante, em que o futuro ou passado sejam inconsequentes. Um gesto, um toque, uma carícia. Milhões de alternativas, milhões de toques, vou sentir cada milímetro de pele em percursos sinuosos. Rolando os dedos sobre essa suave seda dourada vou apagar o stress, as preocupações, as incertezas, as inibições. Por fim entregas-te aos sentidos e também eu descobri neste toque um nirvana pessoal, um momento intemporal, que não consigo, não quero deixar.
Definitivamente, indefinidamente.