terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Butterflies and hurricanes
Não estava a par das últimas teorias acerca do nascimento do universo, mas sempre gostara da do Big Bang - ou, como dirão os entendidos, do "small schhhhhh", já que no nada não existe o som e "a partícula" original seria pequenina, big bang só mesmo para soar a coisa importante e que, a ter existido, o foi de facto. Fascinava-a a ideia de ser uma montagem de infinitas coisas que já viajaram biliões de biliões de km, que já foram estrelas vivas e mortas, que foram água, pedra, lava, ar, que foram bicharocos que não chegaram aos dias de hoje, átomos e outras miudezas de seres vivos, átomos e corações de seres não-vivos (como os asteróides que flutuam no vazio, como a pedra que chuta na calçada). Tudo isto a fazia sentir imensamente importante - tinha a certeza que era única no mundo, irrepetível, insubstituível, apesar de tudo o que dela fazia parte ter sido já usado por milhares de vidas e outras coisas não-tão-vivas, desde sempre, desde o início - desde o small schhhhhhhhhhhhh. Não tinha medo de desaparecer, pois tudo o que era seria, sabiamente, reutilizado; reencarnaria certamente noutros corpos, os átomos de oxigénio que possui seriam respirados por outros, faria parte do ar, seria nuvem, seria chuva, seria fogo, seria água, seria larva, seria leão, seria cacto, seria rosa, seria espinho, seria sal, seria lágrima, seria madeira, seria diamante.
Sabia-se eterna. E eternamente dançaria ao sabor das forças que, há biliões de milénios se libertaram e fugiram e andaram soltas até que, por escassas nano-fracções de segundo, convergiram para juntar todos os átomos e coisas mais pequenas ainda que a faziam, que a "eram", a ela, singularidade neste universo imenso, única, irrepetível, eterna.
(Inquietava-a não saber de que partículas era feita a alma... Inquietações que ficarão pairando no ar, até qualquer outra hora)
Butterflies and hurricanes - Muse
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