terça-feira, 15 de setembro de 2009

Moonlight serenade


Soube realmente o que é estar sozinha rodeada de tanta gente. Às voltas no escuro, tentando não tropeçar, ouvindo uma música longínqua que inquieta a alma e arrepia o corpo, vendo a luz, vendo a saída, querendo, necessitando, DESESPERADAMENTE, de escapar.

O local, tão familiar quanto desconhecido, zero, não pertenço aqui, hoje não, agora não, por favor deixai-me ir... deixai-me sair rumo à neblina escura, deixai-me ser envolvida por ela, sentir o ar frio e húmido entrar no meu corpo, sentir todos os pêlos erguerem-se tentando proteger-se da temperatura que parece baixa... mas não, não está frio, o ar que me rodeia e no qual me sumo - me quero sumir, desesperadamente! - é a brisa suave da libertação, sabe a asas.

Ninguém, ninguém repara, ninguém olha, ninguém liga, ninguém sente o grito rouco e cansado de uma voz, quero sair, tanta gente e... nada... sozinha, estou sozinha, ninguém me acode, tenho de ser eu, por mim. Quero dormir, estou cansada, mas não, não me posso render, tenho de sair daqui.


Finalmente, uma luz. Um toque e estás quase livre. Atravessas, com um sorriso envergonhado e aliviado, os corredores luminosos.

Para a próxima já sei. Tenho de sair pela porta da urgência.
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domingo, 13 de setembro de 2009

Praying for a riot


Onde andas, coração malvado? Não voes... não fujas... Deixa-te flutuar... o acaso levar-te-á aonde te esperam.
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