sábado, 3 de julho de 2010

Gravity



Something always brings me back to you
It never takes too long
No matter what I say or do
I'll still feel you here 'til the moment I'm gone

You hold me without touch
You keep me without chains
I never wanted anything so much
Than to drown in your love and not feel your rain

Set me free, leave me be
I don't want to fall another moment into your gravity
Here I am and I stand so tall
Just the way I'm supposed to be
But you're on to me and all over me

Oh, you loved me 'cause I'm fragile
When I thought that I was strong
But you touch me for a little while
And all my fragile strength is gone

I live here on my knees
As I try to make you see
That you're everything I think I need
Here on the ground
But you're neither friend nor foe
Though I can't seem to let you go
The one thing that I still know is that
You're keeping me down

Keeping me down
Yeah, yeah, yeah, yeah
You're on to me, on to me and all over

Something always brings me back to you

It never takes too long...

Gravity - Sarah Bareilles

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Some unholy war



- Sabe, no fundo, julgo que tudo se resume a uma coisa muito simples: as saudades do que estava para vir.

Um esboço de sorriso sarcástico aflora-lhe nos lábios, não é contido a tempo. Mexe-se na cadeira e diz:
- Mas já se ouviu? Já pensou no que está a dizer? Não se pode ter saudades do futuro, então não é? Onde está a lógica disso?

Silêncio. Pausa... muito prolongada.

"Mas que raio percebes tu disto?? Pelos vistos nada, se não consegues conceber ou aceitar a possibilidade de ter saudades de algo que apenas não se materializou ainda.... não, não percebes nada disto. Estou pr'aqui a gastar o meu parco latim com esta personagem... por amor da santa!! Devia levantar o rabo e ir embora" - uma voz interrompe-lhe o pensamento.

- Então? Não concorda comigo?

- Se concordasse ter-me-ia manifestado. Não, não concordo consigo. Não concordo com a sua lógica, com as suas teorias, com os seus livros. Tem a obrigação de ser mais do que isso! Nem sequer quis saber mais destas saudades do futuro, limitou-se a negar, categoricamente, a sua existência, a inviabilizar o sentimento. Julgo que o seu trabalho comigo está feito, pelo que me irei embora.

- Ei, espere, calma! Então explique-se lá.

- Não, não vou perder mais tempo. Explicasse ou não, falasse ou não, compreendesse ou não, o seu comportamento iria ser o de sempre: pegue lá estas receitinhas e até daqui a uns meses. Estou um bocado farta disto, sabe? Não, vou-me embora, e tão cedo não volto. Fique com as suas lógicas, que eu fico com as minhas saudades. Não é de um dia para o outro que me consigo despedir delas... um sonho, mesmo que partido, estilhaçado em pedaços mil, continua a ser um sonho. Olhe, é mesmo isto que queria dizer com as "saudades do futuro"... são os medos e as desilusões por ver um sonho enterrado. Olhe, afinal acabei por me explicar sem o querer. Ganhou com isto mais do que eu.

Levanta-se e sai. Espera apenas não ser consumida pela saudade... não se afundar na lama do sonho.

Some unholy war - Amy Winehouse