domingo, 13 de março de 2011

Shut up i am dreaming

Ora vamos lá a isto. Respirar fundo, arregaçar mangas e esfregar as mãos, dar o jeito na cadeira. Vamos lá pôr o bicho a funcionar.

Seria o meio da noite. Abre os olhos - acordado já estava, não chegara a adormecer sequer - e, sem acender a luz, sai da cama e vagueia pela casa. Vagueia, enfim, dá uns passos, que os poucos metros quadrados que possui não lhe permitem grandes passeios. Meio da noite e sono nem vê-lo. Zangaram-se de vez, ele e o sono, não dás ao corpo o que ele quer e ele paga-te na mesma moeda, queres descansar?, mais vale dares um murro na cabeça e chocalhar as meninges que de outra maneira não consegues. Tinha tanto para dar em troca, para (con)ceder, que não soube por onde começar. Não se conseguiu decidir. Dez e vinte e mil impulsos o assolavam e exigiam ser ouvidos, mas não sabia a qual dar asas. Deixara de o saber... Perdeu, algures, a vontade em ser mais, em ser o máximo que conseguia e podia e queria. Perdeu, algures, a vontade de fazer. Perdeu, algures, a vontade de ser. O corpo reclama o que antes sabia seu, o ir mais além, o voar... reclama, grita, exige, mas ele nada pode fazer. Algures... Deitou-se novamente, o corpo gritava mas ele não ouvia, o corpo exigia mas ele não compreendia, perdeu algures a linha que o permitia sentir-se. Sabe apenas que não consegue dormir. Dar para receber - tão simples como isso. Dar o que te pedem... se deixaste de o saber fazer, quem to poderá ensinar, quem te poderá consertar a ligação que deixaste apodrecer?

Shut up i am dreaming - Sunset Rubdown

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